sábado, 4 de abril de 2009

A música e o rádio atual

Quando se liga o rádio, na maioria das grandes e médias emissoras, se ouve apenas um estilo musical. Se a rádio é “Jovem”, toca em sua programação apenas aquelas 20 músicas que todas as outras desse segmento tocam. Detalhe: Elas são repetidas a exaustão. Mudando para rádios “populares” o critério é praticamente o mesmo. Para piorar a situação, sucessos antigos (de mais de um ano) raramente vão ao ar.

Alguns radiodifusores têm a ilusão de que a interatividade do rádio digital permitirá um aumento da audiência do fm, que encontra-se baixa. No entanto a solução está dentro dos HD´s de cada estúdio: são as músicas de outras vertentes e que já saíram das parada.

O que acontece é que o rádio divulga músicas, porém, no momento em que vira um “hit” realmente, o programador já está cansado dela e simplesmente a retira do ar, dando espaço pra mais uma música desconhecida que quando virar sucesso sairá do ar, dando espaço pra mais uma... As pessoas não gostam do desconhecido, mas o mais comum slogan do rádio é “Agente toca primeiro os lançamentos do mundo” A estação que abandonar essa disputa de quem “toca primeiro” e tocar as mais conhecidas e desejadas pelo público, ganhará a guerra do ibope.

Outro ponto importante é o controle do que entra no ar. Música pra “entrar na cabeça do público” precisa de alguns elementos como expressão, ritmo, qualidade e refrão (discutiremos isso melhor em próximas postagens). O público não se preocupa se a música é nova ou antiga, de um estilo ou de outro, e sim se ela é boa ou ruim. Por falar em estilo, deve-se observar que os jovens gostam de estilos como o axé e o sertanejo, contudo as rádios que tentam atingir essas pessoas não as agradam tocando apenas Pop-Rock, Dance, Hip Hop e R&B. Já as emissoras populares, fazem radicalmente o oposto tocando apenas sertanejo, pagode, axé e funk. Já que a grande maioria das pessoas gostam de vários gêneros ao mesmo tempo, as rádios deveriam ter programações mais amplas e com espaços para mais estilos.

Com essas poucas informações já é possível chegar a conclusão que os paradigmas musicais de rádio devem ser revistos, principalmente no que tange a amplitude de gêneros do playlist e a exploração de sucessos de outras épocas. As emissoras investem em promoções, mas se esquecem que a massa ouvinte deseja, ao ligar o rádio, simplesmente ouvir boa música.

Um comentário:

wanderson disse...

Bruno, eu acho que as rádios deveriam ter mais programas de gêneros musicais específicos, porque a maioria da programação toca todos os gêneros, supondo que toda a população seja eclética. E mesmo para os eclético, a maioria tem um gênero de preferência. Além de ouvir os programas que "tocam tudo", essas pessoas ainda ouviriam seus gêneros prediletos. Eu, por exemplo, quase não ouço música pelo rádio, pois meus gostos são bastante restritos. Prefiro ouvir os noticiários.