sábado, 9 de maio de 2009

Música que faz doer.

Radialistas não conseguem observar a reação das pessoas diretamente e, por isso, devem observar as pessoas em outras situações como bailes e festas, na rua, nos carros e até no supermercado. Foi exatamente fazendo compras que deparei com uma cena bastante interessante. No estabelecimento, existe um sistema de som ambiente (alías muito bom) que estava tocando clássicos como Robbie Willians, Seal, Kid Abelha... Estava observando que algumas pessoas cantarolavam a música que rolava e, inclusive, se mexiam acompanhando o ritmo.


Derrepente tocou um grande sucesso de Zezé di Camargo e Luciano na década de 1990 chamado "Salva Meu Coração". Então uma mulher que aparentava gostar de Funk (pelos seus piercings e tatuagens), mas que estava curtindo as outras músicas, começou a reclamar daquela música: "Ai credo, que música ruim...".


O que aconteceu, observando atenta e criticamente, é que, mesmo as músicas que estavam tocando até então não serem as preferidas da moça, ela ouviu pois eram músicas que não "agrediam" seus ouvidos, eram músicas que estão dentro de um padrão musical atual e que pela sua boa sonoridade se tornam quase unanimes. O Zezé di Camargo, com sua voz "Caprina" na citada música, somado à uma qualidade de gravação ultrapassada, cheia de guitarras extremamente agudas, fez a garota perceber que é uma música fora do contexto atual (dominado por Fernandos, Sorocabas, Joãos e Fredericos) e a "ofendeu".


Trazendo a análise para o mundo das ondas hertzianas, podemos observar que mesmo uma canção que faz/fez sucesso não causará um impacto positivo perante a audiência, se ela agredir o ouvido das pessoas. Claro que a música ter feito sucesso é um ponto importante, mas se ela é ofensiva e não se encaixa no molde atual de músicas, ela, infelizmente, estará fora de uma programação que almeja a massa de audiência.


Portanto com este exemplo, reforçamos a idéia de que o radialista deve sempre estar atento a tudo que acontece em sua volta, o que está tocando e as reações do público, não ficando refém, pois, apenas da "Sucesso CD" e dos Tops de internet.

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