sexta-feira, 15 de maio de 2009

Velhas Rádios Jovens...

Tenho lido bastante sobre as rádios "Jovens" do Brasil para realizar uma pesquisa acadêmica. Uma conclusão, podemos chegar ainda no início dos trabalhos: As rádios jovens brasileiras envelheceram. Se a rádio se define nesse segmento, é porque tem o público de pouca idade como foco, porém o jovem mudou. Ele gosta de vários tipos de música, fato ignorado pelas emissoras que colocamos em cheque.

A prova de que o segmento está capengando é que os indices de ibope estão cada dia menores. Enquanto as adultas e populares rebolaram, incorporaram novos elementos e evoluíram seus playlists, as jovens continuam na mesmice de Top 40, promoção e humor. O que ocorre é que a rádio jovem continua querendo falar pra ouvinte que gosta de rock, dance e hip hop ao mesmo tempo em que só toca lançamento. Em primeiro lugar, quem gosta de rock não aceita essas bandinhas EMO que eles chamam de rock. O dance e o hip hop são, sim, bem trabalhados, temos de reconhecer, afinal essas "tribos" gostam de lançamentos, porém quem não é fanático por esse dois estilos, possivelmente goste de um clássico como "Diddy - Last Night" e seja atraído por uma música dessas.

O rock já vive o oposto, já que as bandas novas não convencem como as antigas, o que leva a crer que tocar "Nirvana" ou "Guns" atrairia uma boa massa ouvinte. Como já inclusive cheguei a afirmar, EMO não é rock e, portando, não agrada rockeiro. Inclusive em outros gêneros, a velha fórmula de trazer mid-backs daria resultados, pois jovens já sentem saudade da música que, por exemplo, ouviram quando deram seu primeiro beijo.

Agora um fenômeno que chama a atenção, é o fato de que jovens passaram a gostar do "popnejo", também chamado de sertanejo universitário e de axé. Se a rádio é jovem, a meta é esse público e quer atingir a massa ouvinte, tem que dar um jeito, pelo menos remixado, de incluír esses estilos no playlist. Vanessa da Mata é um exemplo de artista, pois grava a mesma música em versão pra rádio adulta, pra rádio popular e pra rádio jovem. Talvez o abandono do jabá e a construção de parceria com mais artistas nacionais, a fim da produção de versões mais pop's de sons de outras praias.

Quando digo que essas rádios envelheceram, é porque se antes jovem odiava sertanejo, hoje a cena é outra, mas os diretores artísticos delas ainda vivem a ideologia programacional das décadas de 1980/90. As populares estão de boa, perceberam que não tem que tocar apenas breganejo e pagode, abriram o playlist para os melhores internacionais tocados nas jovens, tocam axé e têm, como resultado, as primeiras posições no ibope.

Vale lembrar que os jovens gostam de músicas como "Tchal" do Jammil e " Se ela dança, eu danço" do Leozinho. Rádio jovem que não dê um jeito de tocá-las, está fora da lista das mais ouvidas.

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