quarta-feira, 8 de julho de 2009

Se não vem o digital, vai-se o FM

Existe no mundo do rádio uma ideia de que “rádio Am só não faz sucesso pois tem baixa qualidade de áudio”. Criou-se, em meio aos radiodifusores, uma grande esperança em o rádio digital resolver esse problema, porém, o projeto ainda apresenta vários falhas que inviabilizam a sua implantação no Brasil.

Os diretores de rádio de rádio encontraram, pois, uma polêmica e eficaz solução: “Já que a programação de AM é boa, mas o som é ruim, basta a transmitirmos em FM, também”. Em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, já é possível ouvir essa realidade.

Isso é incentivado pela possibilidade de o FM atingir novas tecnologias como o celular e o mp3, além de ter qualidade de transmissão estéreo.

Em BH, existia a Rádio Itatiaia 95,7 FM, porém a emissora não obteve grande êxito. A família Carneiro decidiu, então, colocar a programação esportiva e jornalística da Itatiaia 610 AM no ar também pela Fm, numa operação em cadeia das estações. Nesse caso, não houve tantos protestos, pois não foi retirado do ar nenhuma grande emissora FM para a ocupação pela Itatiaia.

No Rio de Janeiro, a história foi bem diferente. Em Julho de 2005, o Sistema Globo de Rádio retirou do ar a Globo FM 92,5, emissora com programação adulta de grande sucesso, para a transmissão da CBN, mesmo ela já no ar em 860 khz AM. A decisão foi motivada pelo arrendamento da Fluminense Fm, meses antes, pela Band News, que era, até então, a única Fm all news carioca.

Houve protestos do público, mas o exemplo foi seguido novamente no início do mês de Junho, quando os Diários Associados colocaram a programação da Super Rádio Tupi 1280 AM no ar também pela frequencia 96,5 Mhz. Esse canal era ocupado pela Nativa Fm, que migrou para o canal 103,7, retirando do ar a rádio Antena 1. A saída dessa última causou revolta em muitos ouvintes.

Também existe esse fenômeno em São Paulo, com a transmissão da CBN simultaneamente em 90,5 FM e 780 AM. A Jovem Pan AM e FM entram em cadeia, só que apenas às 6 da manhã, durante o Jornal da Manhã.

Quando as emissoras AM entram em FM sem grandes prejuízos ao dial FM, o público aceita bem, como é o caso de São Paulo e, em especial, de BH, onde a Itatiaia em FM assumiu o quarto lugar geral no ranking de audiência. No Rio, contudo, perdeu-se duas grandes emissoras, a Globo FM e a Antena 1, o que levantou a discussão quanto a legalidade desse fenômeno.

Independentemente da aceitação do público, a “Aemização do Fm” é polêmica e impede com que outros conteúdos sejam levados ao ar. O Rádio Digital será uma solução para a questão, mas enquanto ele não é implantado e o Ministério das Comunicações não cria uma regulamentação, as rádios AM seguem no ar em FM. A polêmica está no ar.

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